Eram donos de um amplo e rico território, em especial para a caça e coleta de frutos silvestres e mel. Até o início do século XX, os Ofaié eram mais de duas mil pessoas e habitavam a margem direita do rio Paraná, desde a foz do Sucuriú até as nascentes do Vacaria e Ivinhema. Sempre em pequenos grupos, viviam em constantes deslocamentos ao longo dessa região. Porém, submetidos a um rápido e inexorável processo de destruição, são dados como extintos pelo antropólogo Darci Ribeiro.

Fonte: http://www.neppi.org/fz (site do Fome Zero Indígena/MS; acessado em 31/01/06).
Apesar desta constatação, um "resto" dos Ofaie que sobreviveram a todas as adversidades, foi transferido pela FUNAI (Fundação Nacional do Índio), em 1978, de sua área tradicional, localizada no município de Brasilândia, para a área indígena dos Kadiwéu, na serra da Bodoquena.
Após alguns anos, frente à incompatibilidade com a cultura do povo Kadiweu e seu modo de ser, confinados em terra estranha, as sete famílias de Ofaie, em 1986, sem qualquer tipo de apoio, iniciaram, a pé, o retorno para a região de Brasilândia, em busca de sua terra tradicional.
Seu território foi ocupado por fazendas de pecuária e apenas na década de 1990, quando só restavam algumas dezenas de sobreviventes, conseguiram recuperar uma pequena porção de suas terras, as quais até hoje não foram homologadas pela presidência da República. Atualmente se resumem a pouco mais de cinqüenta pessoas vivendo em uma área no município de Brasilândia, tendo sido anteriormente mesmo dados por extintos por antropólogos e historiadores. Resistentes ao contato, procuravam lugares cada vez mais isolados, tendo sido bastante perseguidos por outros povos indígenas e por caçadores de escravos. Pouco ainda falam a língua Ofayé.
Hoje, apesar das limitações e dos problemas internos gerados com a chegada de algumas famílias de índios Kaiowa, casados com Ofaie, os 77 (FUNASA, 2005) índios que compõem esta comunidade aguardam a demarcação física de suas terras tradicionais.
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