Conhecidos como índios "canoeiros do pantanal", os Guató ocupavam, tradicionalmente, os rios pantaneiros, em especial o Rio Paraguai e São Lourenço, porém é a ilha Insua, localizada na fronteira com a Bolívia, em pleno pantanal, que grande parte do grupo reconhece como seu território tradicional.
Habitantes da região há mais de 500 anos, foram dispersados a partir do século XIX quando passam a ter um contato maior com os brancos. Participaram da guerra do Paraguai ao lado do Brasil, quando perderam boa parte de suas terras, transformadas em fazendas de gado. Atualmente somam mais de 300 indivíduos.
Fonte: http://www.neppi.org/fz (site do Fome Zero Indígena/MS; acessado em 31/01/06).
Com o avanço da pecuária extensiva, aos poucos, a grande maioria do povo acabou sendo expulso da Ilha, lá permanecendo apenas alguns remanescentes. Em 1950, a pedido dos índios, mas principalmente por tratar-se de região fronteiriça, o Exército Brasileiro instalou na Ilha um destacamento militar.
A exemplo dos Ofaie, também os Guató acabaram rapidamente sem terra. Empurrados para as periferias da cidade de Corumbá, desapareceram do cenário nacional e regional. No entanto, a partir de 1977 reapareceram notícias sobre os Guató, que iniciaram um movimento objetivando a retomada da Ilha Insua até a conquista de seu efetivo registro de posse. Em 19/06/1992, através da portaria n.º 299, a área é identificada com 12.716 hectares . Porém o Exército impede que a terra seja demarcada fisicamente. Novo estudo é encomendado e, com a anuência dos índios, parte da ilha é reservada para a manutenção do destacamento do Exército e o restante é liberado para ser reconhecido como território do povo Guató. Como forma compensatória pela redução da área tradicional, foi proposto identificar uma parcela de terras contínua à área indígena e composta por lagoas ricas em caça e pesca e que eram do interesse dos índios.
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